A brisa acaricia e abraça
meu ser nesta cidade que pouco sabe de mim. Ando a beira da loucura e ela não
sabe, sinto tanto por tudo. Não soube lutar quando devia. E agora o frio desta
noite calma parece meu infortúnio derradeiro. O que fazer? Pergunta-me ela. Estou perdido. E a tentação
de pular nesse vazio faz-me lembrar Werter naquela noite fatídica em que recebe
das mãos daquela a que dedicara seu amor, sua sentença.
Todo desejo do ser é de
partir, e o meu não é indiferente. Maldito o dia em que existiu Sartre e suas
escolhas. Guimarães tinha razão quando o viver era perigoso. Talvez um último
olhar, com a lágrima e o nó na garganta, mas, jamais o adeus. Poucos merecem
nosso adeus. Por que não te afastas brisa? Deixe-me, quem saiba o gás seja
aberto. “Morrer! Morrer não dói” lembra-nos o poeta... E que o pular seja o
fim. Para os crentes um novo início... Eu não. Prefiro o vazio do não ser... E
esse é o fim, que seja sem adeus.
Campo Grande, 2014
*Fotografia em site livre na internet.
**Texto sem correção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário