domingo, 18 de maio de 2014

Desespero de um andarilho



A brisa acaricia e abraça meu ser nesta cidade que pouco sabe de mim. Ando a beira da loucura e ela não sabe, sinto tanto por tudo. Não soube lutar quando devia. E agora o frio desta noite calma parece meu infortúnio derradeiro. O que fazer?  Pergunta-me ela. Estou perdido. E a tentação de pular nesse vazio faz-me lembrar Werter naquela noite fatídica em que recebe das mãos daquela a que dedicara seu amor, sua sentença.

Todo desejo do ser é de partir, e o meu não é indiferente. Maldito o dia em que existiu Sartre e suas escolhas. Guimarães tinha razão quando o viver era perigoso. Talvez um último olhar, com a lágrima e o nó na garganta, mas, jamais o adeus. Poucos merecem nosso adeus. Por que não te afastas brisa? Deixe-me, quem saiba o gás seja aberto. “Morrer! Morrer não dói” lembra-nos o poeta... E que o pular seja o fim. Para os crentes um novo início... Eu não. Prefiro o vazio do não ser... E esse é o fim, que seja sem adeus.


Campo Grande, 2014


*Fotografia em site livre na internet.
**Texto sem correção. 










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