sexta-feira, 16 de março de 2012

Romance (Doce Infância)


 Henrique pensara todos os longos dias de ausência, sentia saudades, era uma dor no peito que não sabia como suportava. Henrique muito criança e Barbara foram levados embora sem saber como a vida seria daquele dia em diante. Henrique agora com vinte e um anos, imaginava sempre por onde andava o seu amor de toda a vida e como vivia se ainda pensava nele, se ainda o amava se já encontrara alguém, se já havia casado, esses pensamentos o atormentava tanto, que até mesmo as dificuldades que a vida lhe impunha não tinha tanta importância... Naqueles anos todo de ausência Henrique não havia conhecido ninguém, ou melhor, nunca namorou, nunca beijara se quer outra pessoa, não que não houvesse candidatas, mais seu coração não havia espaço para outro ser. Sua memória estava perdida naquela fazenda, naquele amor. Embora fosse um menino alegre extrovertido, carregava consigo uma tristeza que o atormentava durante todos aqueles anos. Henrique escrevera tantas cartas, que jamais foram enviadas, principalmente porque aquele sentimento a principio não era tão normal, hoje sim tudo era mais claro. Porém não sabia por onde o sonho de infância andava... Hoje o dia estava nublado, embora não pudesse ver o dia Henrique era capaz de senti-lo, tinha aulas, fazia letras e arrumava as coisas para ir a Universidade, depois tinha uma reuniãozinha na casa de Felipe, beberiam, fumariam e muita discussão de literatura como sempre acontecia. Mas Ele não se sentia bem, para aquele programa, sempre gostava, mas naquele dia deixara se contaminar pela tristeza do dia frio e nublado, dispensou a carona da irmã que passaria para leva-lo a Universidade, disse que Felipe o buscaria, mas na verdade ele queria sair um pouco andar e depois tomaria um ônibus e iria. A saudade naquele dia quase o sufocava, fez lembrar-se da poesia de Florbela, do amor impossível, lembrou-se de Werther, e saiu assim sem sentido, foi até Ipanema, subiu até o Arpoador, ouviu o som das ondas, sentiu os pingos de água salgada molhar-lhe a face, quis ouvir uma música triste, sentou um pouco, desejou poder ver aquela paisagem...(continua)


 * Nome provisório
**Imagem livre de internet
*** Este texto pertence a um romance que escrevo, vou publicar este dia tão importante na vida de Henrique...            
****Não houve Correção de português             

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