Já estamos quase
no final de outono, e eu quase não escrevi. Lembro-me das tardes belas e
tristes já vividas em outros outonos, em outros lugares, outros ventos, outras
folhas secas... Sinto falta de muitas coisas, me sinto só, como quase que a
vida inteira. Tenho encontrado um pouco de paz e alegria com alguns amigos, com
meus CDs e meus livros. Neste outono a vida mudou o percurso totalmente, deixei
a estação e peguei outro caminho, outrora já iniciado. O caminhar hoje tem outro
sabor. Embora o caminho não exista, sei onde quero chegar. Tenho sonhos, tenho
companheiros na caminhada que junto comigo acreditam no valor deste sonho... Sinto-me
triste, como sempre a tristeza junto com a fé é a seiva que alimenta meu ser...
Hoje depois de tanto tempo sentir o vazio da morte... Como podemos assim deixar
de existir, posso compreender C. Lispector quando bradava aos céus “não quero
morrer, ouviu Deus”, é incabível pensar neste momento... Não faço o mesmo brado
de Clarice, o meu é que não deixe a poesia que amo morrer, o mundo ficaria sem
graça e sem sentido sem ela... Ao som de Norah Jones, vou tentar sonhar...
*imagem livre de internet
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